Lídio Carraro tem um trabalho interessantíssimo na Serra Gaúcha voltado para o conceito “purista”, com mínimas intervenções e muita atenção ao potencial da fruta.
De brancos mais frescos a Nebbiolos (conhecidos pelos taninos agressivos) nada passa por madeira.
Esse conceito, no entanto, envolve profundo conhecimento técnico. Sobre a Chardonnay, por exemplo… uma uva com neutralidade, boa adaptação nos mais diversos terroirs e afinidade desde processos de espumantes até com longos estágios em barrica não é incomum encontrar alguns que, na tentativa de produzir a um estilo mais fresco e ácido tal qual Chablis,
perdem por não conseguir aportar estrutura e um mínimo de presença ao vinho, desmerecendo a casta. Outros muitas vezes erram quando pensam na barrica e não dosam tempo e tostas, tornando a Chardonnay um vinho cansativo.
Aqui equilíbrio é o ponto forte. A nuance fresca, típica da região de Encruzilhada (de onde saem Pinots que também tenho admiração) ganha mais complexidade em boca, com volume e estrutura pra encarar boas harmonizações.
Fazia tempo que não provava algo da vinícola e foi uma feliz surpresa.
Pra finalizar: Tem ótimo preço e tem em Londrina na @enotecadecanterlondrina .
Até a próxima taça, Keli Bergamo