1,7K
O Porto é um dos maiores mensageiros da história do vinho. Foi e ainda é onipresente em momentos importantes para a humanidade.
Viajou, impulsionou a indústria enológica e também o que conhecemos hoje por Indicação Geográfica, dentre tantas outras coisas.
Sim, o Porto foi precursor em muitas questões que norteiam os vinhos mundo afora. É uma longa história, mas vale relembrar alguns pontos:
– O Vinho do Porto saia da cidade com o mesmo nome – após produção no Douro vinhateiro – em direção à Inglaterra – seu maior mercado – e, como forma de conservação recebia uma dose extra de álcool para auxiliar em sua conservação.
– O processo que conhecemos por fortificação, portanto, não teve origem para criação de um estilo, mais sim para uma necessidade técnica. O efeito era tão positivo que o perfil de vinho se firmou, ganhando adeptos pelo mundo.
– Esse crescimento levou à necessidade de proteção. Todos queriam ter um Vinho do Porto! E foi então que Marquês de Pombal, em 1.756, demarcou a zona produtora e regulamentou a produção. Foi pioneiro no mundo em estabelecer parâmetros produtivos e proteger a marca “Vinho do Porto”, servindo este modelo como uma referência para o mundo até os dias atuais. A lei pro promulgada em 10 de Setembro e por isso este é conhecido como o “Dia do Vinho do Porto”
– Curiosamente, o Porto não nasceu como o conhecemos hoje: Até 1.820, era um vinho de açúcar residual baixo e fortificado. Em referido ano, no entanto, um período de maturação extremamente quente levou a um índice de açúcar mais alto e os vinhos mais doces agradaram e muito os mercados. A partir deste episódio decidiu-se interromper a fermentação com a adição da aguardente vitivinícola durante o processo, preservando assim este grau de dulçor natural e constituindo um estilo único e que inspira outros vinhos pelo mundo até hoje.
O Porto, apesar deste cenário tradicional e tão importante, não para de se renovar. Criou, nas últimas décadas, categorias com menor gramatura de açúcar nos brancos, vinhos safrados mais prontos para o consumo imediato e até vinhos mais voltados a coquetelaria.
Isso sem contar na já clássica divisão pelo perfil de envelhecimento – Rubys e Tawnies. Os primeiros, como o próprio nome sugere, com perfil avermelhado, profundo e de frutas maduras. Os segundos, amaciados pelo carvalho, ganham notas mais voltadas às frutas secas e acastanhadas.
Ambos, em suas múltiplas possibilidades, são deleites ao paladar.
Este texto acompanha uma seleção especial de Portos disponível no www.adegaonline.com.br .
Confira as oportunidades e Feliz dia do Vinho do Porto!