Châteauneuf-du-Pape foi o primeiro grande vinho francês que provei, muito antes de virar tiete do Vale do Rhône, já quando tinha começado a estudar os vinhos e esse foi um dos motivos para ser meu último vinho do ano de 2.020. Portanto, cada boa garrafa tem sempre um motivo a mais para ser relembrada.
Brancos já envelhecidos deste Cru histórico já me deixaram emocionada, mas os tintos sempre são vinhos que gosto de dividir e relembrar.
São muitas as uvas autorizadas – sempre com predominância de Grenache, a rainha do Rhône Sul – mas aqui apenas compõem o corte deliciosamente refinado: Grenache, Mouvèdre, Counoise, Syrah e Cinsault, parte delas em co-fermentação. Após, uma parcela do vinho amadurece em concreto, enquanto outra fica 24 meses em barricas de carvalho. Após esse período passa por um novo assemblage, de proporções não reveladas.
Sobre o produtor: A Família Duclaux é uma das mais antigas de Châteauneuf-du-Pape e um dos membros fundadores da associação da AOC em 1904. O Domaine Duclaux é constituído por vinhas velhas, algumas das quais com mais de 120 anos e foram replantadas após a filoxera, por volta de 1880.
Um nariz riquíssimo e sutilmente picante, com corpo médio de frutas negras assadas e alcaçuz. Precisou de aeração por cerca de 30 minutos e estimo ainda uma guarda de cerca de 10 anos ao mesmo. Um exemplar e tanto da região. Aqui é importado pela Edega Vinhos , que tem disponível a safra 2013.
Até a próxima taça, Keli Bergamo.