Sou uma pessoa antiga (véia) no mundo dos vinhos… Comecei a degustá-los e, ao me apaixonar por eles, passei a fazer anotações em um caderninho – o qual tenho até hoje – dando minhas próprias notas e como modo de relembrar o que havia provado e gostado.
Quando eu era jovem, em 2007….
E foi assim até meu primeiro smartphone, quando baixei o Vivino, o aplicativo de catalogação de vinhos mais famoso aqui no Brasil. Mas, assim como acontece com a maioria das pessoas, também entendia de modo equivocado para o que esse aplicativo servia, e por isso acho importante esclarecer algumas coisinhas…
Vejo muita gente se pautando pelas notas dos aplicativos para definir o que irá beber, como se os dados e notas constantes neles fossem absolutos e verdades incontestáveis. Na verdade as notas, valores e dados desses aplicativos funcionam da seguinte forma:
Notas: Uma média de pontos baseado em todas as vezes que o vinho foi catalogado. Tem gente que sabe muito sobre vinho e posta, tem gente que gosta de tudo, tem gente que coloca nota sem qualquer critério. Tem, como um amigo meu, gente que dá 3 estrelas pra tudo: De Reservado a Petrus. Ou seja: Não é porque tem 5 estrelas ali que o vinho é bom. Nem porque tem 1 estrela que é ruim.
Preços: Eu não coloco preço quando catalogo algum vinho. Mas José, Maria e João, que provaram o mesmo vinho comigo, colocam. O que acontecerá? O valor que foi alimentado por eles será dividido pelas 4 menções e novamente a média será exposta ao público. Entendeu porque nesses aplicativos os vinhos são sempre mais baratos? Parem de brigar com os lojistas e garçons.
Os aplicativos são grandes aliados na catalogação dos vinhos, são ótimos para nos auxiliarem quando a memória falha, mas não podem ser gurus para escolha dos vinhos. Como sempre insisto por aqui: é preciso sair do comum, provar as novidades, se abrir ao imenso mundo dos vinhos sem medo!
Toda unanimidade é burra, lembram dessa de Nelson Rodrigues? Pois então… Com os vinhos ela se aplica ainda mais, pois estamos tratando de sentidos, gostos. E isso jamais será massificado.
Recomendo que leiam também meu post sobre os concursos e rankings de vinho para relembrarem um pouco sobre o tema, pois só tem algo pior do que comprar baseado nesses aplicativos: comprar vinho que não gosta porque é pontuado….
Sobre os aplicativos ainda, eu tenho meus favoritos, seja para catalogação, seja para consulta:
Vivino e Delectable:
Utilizo para catalogar tudo que provo. Infelizmente não consigo atualizá-los desde janeiro, mas juro que nas férias o farei.
Vini Fera:
Se você é de São Paulo, vale baixar esse aplicativo da mestra Alexandra Corvo. Ela cataloga bons vinhos pelo local de compra. Tá no Carrefour, por exemplo, e não sabe nem por onde começar a escolher? Basta procurar pelo nome do estabelecimento e encontrar as indicações dela para compras no local.
Wine Stein e Hello Vino: Tem boas dicas de harmonização. Basta colocar (em inglês) o ingrediente ou prato e ele recomenda os vinhos. Eles também trazem algumas buscas por pratos diversos. É só fuçar e você pega o jeitinho.
Wine Searcher:
Ótimo para viagens ao exterior e para saber se o valor do rótulo que está adquirindo é compatível com seu valor de mercado.
Na dúvida, inove! Acerte, erre… Surpreenda-se! Vinho é diversão acima de tudo.
Ps. Post originariamente publicado no Arquitetando Estilos.