Esse vinho já estava em minha adega há algum tempo e ontem finalmente resolvi prová-lo. Lembro-me que quando visitei a vinícola (a belíssima propriedade onde também são produzidos os espumantes Estrelas do Brasil), o enólogo Irineu me contou que utilizava uma técnica diferente para maturação das uvas cabernet sauvignon que beirava a passificação, quase ao estilo da utilizada para concentração das uvas na produção do mítico Amarone.
A técnica, desenvolvida por ele e aplicada desde 1.999, é chamada de Dupla Maturação Direcionada e consiste, além da maturação natural da uva, provocar uma segunda maturação através do corte de parte dos ramos que sustentam os cachos, provocando forte passificação natural das bagas ainda no vinhedo, e conseqüentemente a concentração de todos os constituintes do mosto da uva.
O método origina um vinho rico, estruturado, generoso e com características particulares no sabor e aroma.
A recomendação é de decantação por 24 horas, mas como decidi apenas ontem que iria servi-lo a noite, ele decantou por cerca de 9 horas.
Fui provando a cada duas horas e as mudanças foram bem nítidas. Ao abrir apresentava muita rusticidade e aromas predominantes de couro. Na primeira prova, aromas de alcaçuz, defumação e azeitonas foram se revelando. Da terceira prova (6 horas decantando), aromas de frutas maduras e passas foram se revelando. Durante a degustação, por volta da 9a ou 10a hora de decantação, além das frutas também trazia toques de alcatrão e defumados, álcool mais equilibrado e taninos bem macios.
Um vinho diferente e realmente contemplativo.
Se você ficou curioso, pode comprá-lo pelo site da vinícola .