Hora de atualizar o material, puxar flechinha nas anotações e lembrar que os vinhos não param de se reinventar!
– Novas variedades autorizadas: Uvas que já existiam na região de Jerez em períodos pré-filoxera, num movimento cada vez mais comum em terras espanholas, voltam à tona complementando as já conhecidas: Palomino, Moscatel e Pedro Ximenez. São elas: Mantúo Castellano, Mantúo de Pilas, Vejeriego, Perruno, Cañocazo e Beba, que já vinham sendo testadas mas ainda não podiam ser oficialmente inseridas na DO.
– Vinhos não fortificados: Já era um movimento borbulhante na região e agora, com a alteração das regras, Fino e Manzanilla, não mais precisam ser fortificados. Outros requisitos de elaboração permanecem válidos.
– Vino de Pago: O Consejo lançará um mapa atualizado e mais extenso dos Pagos de Jerez. Pagos São marcações de micro-terroirs específicos e diferenciadores da qualidade das zonas produtoras espanholas.
– Zona única de produção e envelhecimento: Lembra a imagem do triângulo de Jerez? É o fim dessa era… Até agora, os vinhos base jovens podiam ser produzidos em toda a zona de produção de Jerez, mas a maturação estava restrita às cidades de Jerez de la Frontera, Sanlúcar de Barrameda e El Puerto de Santa Maria. A partir de agora os vinhos de Jerez podem ser envelhecidos em toda a zona de produção, viabilizando a muitas bodegas a utilização da DO.
– Manzanilla Pasada e Fino Antiguo: Embora essas duas categorias não sejam novas, os novos regulamentos agora estabelecem um período mínimo de 7 anos para ambas.
– Fino de Sanlúcar: o fim da confusão. Alguns produtores de Sanlúcar, como Barbadillo, produziram um vinho envelhecido biologicamente que rotularam como Fino, devido às suas características estruturais, ao invés do esperado Manzanilla. A utilização do termo, no entanto, causava confusão, e foi parar inclusive nas bancas da Comissão Europeia. A partir de agora o Fino só pode ser produzido em Jerez e El Puerto. E todos os vinhos envelhecidos biologicamente produzidos em Sanlúcar só podem ser chamados de Manzanilla. Haverá um período de transição de 10 anos para a eliminação dos estoques existentes de Fino de Sanlúcar.
– Regulamentação das vendas informais a granel : Despachos e Tabancos: As vendas diretas ou em tavernas, restaurantes, lojas dentro das bodegas (despachos) e os bares (tabancos) exclusivos de Jerez têm sido uma prática comum na região. Os vinhos foram vendidos sem rótulos ou informações técnicas. O novo acordo agora vai autorizar e regular essa tradicional cadeia de abastecimento local, permitindo que os estabelecimentos vendam e enviem embalagens PET de dois e cinco litros.
Segundo os diretores do Consejo, os próximos passos são a criação de vinhos tranquilos brancos e também a categoria dos Jerez Superior Premium, mas os avanços já serão suficientes para “refrescar” os vinhos de Jerez no mundo.
Até a próxima taça, Keli Bergamo