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“Nossa, eu tomei um argentino e adoro”. Tá bom, eu também gosto dela no solo hermano. Mas você já provou os brasileiros?
A Cabernet Franc é uma uva que costumeiramente caminha com a Merlot por ter um perfil e necessidades próximas para seu cultivo e amadurecimento. Não é à toa que são parceiras na Margem Direita de Bordeaux e se dão bem na Serra Gaúcha, onde a Merlot se tornou a uva emblemática do Vale dos Vinhedos inclusive.
Na França dá origem a vinhos com um perfil mais macio na AOC de Chinon, no Loire e super profundos em Bordeaux, sendo a casta prevalente no mítico Chevan Blanc.
Mas vamos explicar um pouquinho sobre a CF no Brasil:
– Era uma das uvas predominantes na década de 50/60 mas foi sendo preterida por razões comerciais.
– Ao contrário de sua filha Cabernet Sauvignon, tem um perfil menos “agressivo” e amadurece com menor necessidade de luz/calor, sendo propícia a esse clima mais úmido da Serra.
– Tem afinidade por madeira e pode ser trabalhada sob vários perfis (esses vinhos são a prova disso).
Se você ainda não provou, aproveite esses dois bons exemplares:
– Le Franc, Don Guerino: Da tão falada safra 2020, traz fruta compotada e boa presença de carvalho. O rótulo com referências clássicas chama atenção pra essa história da Cabernet Franc no Brasil.
–Luiz Argenta Cave 2017 – Fruta fresca, um pouco de framboesa e cereja com breves nuances de barrica adornando um perfil mais elegante da casta. Ótima acidez. Acabou de receber 90 pontos no Guia Descorchados.
Ambos disponíveis na @vyno.brasil aqui na região de Londrina.
Até a próxima taça, Keli Bergamo
