Rústicos demais, tânicos demais, pesados demais. Você ainda pensa assim dos tannats? Pois hoje vou te apresentar dois rótulos que vão te fazer esquecer de uma vez por todas desse conceito…
Para mim a Tannat sempre foi uma das uvas mais difíceis de se gostar. Sempre tive dificuldades em tomá-la principalmente em varietais.
Mas as vinícolas brasileiras – inclusive fora da Campanha Gaúcha que faz fronteira com o Uruguai – vem produzindo bons rótulos, mais fáceis de serem harmonizados e sem tanta rusticidade.
Pois bem. Escolhi dois nacionais, um corte e um varietal e nenhum deles decepcionou acompanhando um belo churrasco de fraldinha, picanha e contra filé. Aliás, até com a pancetta (bem gordinha), ficaram deliciosos.
Elos, um corte de Tannat com Touriga produzido pela Lidio Carraro: De cor rubi, com surpreendente nariz floral e delicado. Boa persistência e de uma elegância que surpreendeu positivamente a todos. Ninguém acreditava estarmos tomando um vinho com predominância da tannat. Não decantei, mas ele melhorou bastante após uns 30 minutos depois de aberto.
Com pedigree uruguaio, o DécimaGrand Reserva é obra do premiado enólogo Alejandro Cardozo, e tem mais cara de tannat: Violeta, com aromas de café, tabaco, um fundinho de chá preto e ao final um delicioso toque de toffe. Na boca mais estrutura que o Elos, mas sem agressividade alguma. Foi decantado por cerca de uma hora.
Ambos de extrema qualidade e surpreenderam a todos os presentes.
Fica a dica para o próximo churrasco.