Na degustação às cegas nada se coloca entre o degustador e o vinho. Não há nada para dispersar e sugestionar o avaliador, o que torna esse sistema de prova, teoricamente, mais justo e muito utilizado em concursos.
Degustar o vinho quer dizer reservar um tempo para refletir sobre o que se está bebendo. Se você dedicar alguns minutos e se concentrar no vinho – observá-lo, cheirá-lo e só então prová-lo – poderá experimentar todas as nuances e apreciar integralmente sua complexidade.
Foi esse nosso exercício de ontem na Quintas do Vinho e, para afastar de vez qualquer preconceito, o fizemos com vinhos brasileiros. Temos quase 4 anos de encontros mas ainda vemos resistência entre o grupo.
Por isso escolhi dois produtores com história, paixão e alma: Guatambu Estância do Vinho e Angheben Vinhos Finos.
A primeira uma empresa jovem, de uma família com vasta experiência na pecuária, que hoje se dedica a produzir com excelência espumantes e vinhos tranquilos na Campanha Gaúcha. Uma família querida, totalmente envolvida com algo que vai muito além de um simples investimento. Degustamos o Guatambu Rosé Champenoise, um vinho floral, sutil, delicado e vivo como poucos e o Poesia do Pampa Demi Sec, de uma elegância para poucos com esse grau de doçura.
A segunda, minha vinícola favorita do Brasil: Angheben. Já me rasguei em elogios aos vinhos algumas vezes no blog (veja aqui) e não canso de dizer: O verdadeiro vinho brasileiro está nessas garrafas. Personalidade, tradição, cultura, conhecimento, experimentação. Tudo em que nós brasileiros somos feras e insistimos em não valorizar. Degustamos o Chardonnay, o Barbera e o Teroldego. Todos incríveis e evoluídos.
Os vinhos surpreenderam a todos e avançamos mais um pouco para provar que é possível se fazer bons vinhos com autenticidade no Brasil.
Harmonizamos os vinhos com a Porchetta e o Steak Dry Age do Mamute Steak House, que além de nos receber de modo carinhoso ainda nos presenteou com uma aula sobre o processo de maturação da carne.
E com tanta gente apaixonada pelo que faz só podíamos ter um evento inesquecível.