Se você quiser ferir o orgulho dos consumidores de vinhos mais tradicionais sirva um vinho com pedras de gelo. Ou apenas toque no assunto…
Essa prática, muito utilizada nos verões europeus, onde é conhecida como Piscine, ainda é vista com ressalvas por aqui. Infelizmente o consumidor de vinho brasileiro não entendeu que o vinho foi feito para qualquer ocasião.
Também sou apreciadora dos rituais de degustação, de taças e temperaturas adequadas, mas também penso que tudo que possa facilitar o consumo, o aumento de apreciadores é válido.
Eu mesma tinha preconceitos em consumir espumantes com gelo (nunca fiz o teste com vinhos tranqüilos, confesso), mas depois de ver algumas pessoas que muito admiro nesse ramo degustando espumantes assim pensei em provar e não me arrependi.
Os que consideram a prática um pecado defendem a ideia de que a adição de gelo não lhe permite apreciar adequadamente o rótulo, lhe inibe taninos (nos tintos), aromas (também nos brancos) e mata o perlage (nos espumantes).
Obviamente o gelo provoca uma temperatura muito mais baixa e isso realmente dificulta certas percepções. Mas o consumo com gelo está ligado claramente ao consumo mais à vontade, sem pretensões de avaliações aprofundadas ou qualquer outra técnica.
Assim, à beira da praia, da piscina, num churrasco de verão o gelo é sempre bem vindo.
Chegou doido por um espumante mas não tem nada gelado em casa? Tome a primeira taça com gelo até sua garrafa atingir a temperatura ideal. Sinta a refrescância, curta o momento é não se preocupe tanto.
Vinho foi feito pra te trazer bons momentos.
Ah! E existem espumantes especiais para o consumo com gelo no mercado. São elaborados com mais açúcar e perlage mais intensa visando exatamente diminuir os efeitos do contato com o gelo. Dentre alguns fáceis de encontrar há o champagne Moet e Chandon Ice e a Chandon Delice (Argentina).
Keli Bergamo.🍷