Já parou pra pensar nisso? Vinho não tem validade quando bem elaborado e bem armazenado, mas sofre mudanças de suas características desenvolvendo-se até um certo tempo e entrando em sua curva de declínio após este momento.
Um bom ponto de referência sobre tempo de guarda é a safra do produto, que pode lhe dar – associadas a outras características de casta, elaboração, procedência e etc – um prazo estimado de consumo. Mas e quando o produto não é safrado como na maioria dos espumantes?
Bem, não é incomum encontrarmos produtos com perfis mais oxidados do que o desejado.
Tem gente que gosta mas, na maioria dos casos, a perda dos descritores primários em um produto aliado a um envelhecimento incorreto (não estou falando de novas terciárias evolutivas, mas sim oxidativas) podem ser deveras decepcionantes.
Muitas e muitas vezes recebo a pergunta: Tomei um champagne x em uma viagem e quando comprei aqui estava totalmente diferente.
Isso pode ser explicado pelo tempo pós degorgement (a retirada das leveduras responsáveis pela segunda fermentação) que é de onde se conta o início do processo de envelhecimento dos espumantes até seu declínio.
O Comité interprofessionnel du vin de Champagne define esse processo de evolução de seus produtos em anos conforme mostra a imagem abaixo:
Há literaturas que dizem que o consumo ideal ocorre em até 3 anos e outras em até 5 anos.
Vale lembrar que esses prazos estão estreitamente ligados à condição de armazenamento.
Mas como saber se os espumantes que estou comprando ou tenho em casa estão “passando da hora)? Muitos produtores de champagne e também de espumantes brasileiros (a foto é de um espumante da @vinicoladongiovanni ) tem colocado em suas garrafas informações sobre o degorgement para facilitar nossa vida e tornar a experiência do produto mais completa e prazerosa.
Para produtos importados comprados aqui o conselho geral é diminuir esses prazos do Comité em 1 ano para cada “período” evolutivo.
Ah! Estamos falando de garrafas de 750 ml. Nas maiores a evolução ocorre mais lentamente (leia aqui ).
Um QR code com a informação resolveria não é?
Obrigada ao enólogo @alejandroacr pela ajuda nas pesquisas e parabéns a @vinicoladongiovanni pela iniciativa de facilitar nossa vida.
Até a próxima taça, Keli Bergamo